EDUARDO AESTHIC

< back

Eduardo Braulio dos Santos

Eduardo Braulio dos Santos conhecido como Eduardo Aesthic é curador e escritor independente, as suas actividades tratam dos temas de negritude, identidade, colonialismo e diáspora. Atualmente, ele é co-presidente da Think Tanks Arts and Culture Network, e também é curador de um de grupo previsto para Junho. Em suma, o seu sonho é ser curador e escrever académica e socialmente.

Self-portrait © Eduardo Aesthic

PD: Descreva sua prática e aspiração?
EA: Sou um erudito interessado na interseção entre a arte da política e a expressão artística. Até agora, a minha actividade consistiu em convocar painéis de discussão sobre temas como negritude, identidade, colonialismo e diáspora. Atualmente, sou co-presidente da Think Tanks Arts and Culture Network, e também curador de um show de grupo previsto para Junho. Em suma, quero ser curador, escrever académica e socialmente.

PD: A ideia de casa para muitas pessoas significa o lugar onde o coração pertence, essa noção de casa/lar/lugar tem alguma ligação com a infância para você? Por favor, guie-nos para o lugar que você chama de casa/lar/lugar?
EA: Eu sou Kalunda e Londner. Meu coração não está dividido; além disso, sou mais um híbrido das pressões de ambas culturas.
Uma com o qual me sinto confortável mas, o meu nome alerta para a diferença mesmo antes da minha pele. A segunda foi onde nasci, mas não sou de lá, embora ainda pertença. O lar é onde reside a paz. Sinto-me em casa com isso.

PD: Quem são as suas lendas domésticas? Por favor, descreva a relação que tem com as(os) mesmos(as)
EA: Ao crescer, antes de ir para a cama, a minha mãe contava-me histórias. De lugares que eu conhecia, velhas parábolas sobre a boa conduta, comédias e tragédias. É uma memória que já não está mais viva, de lugares que existiam, mas não existem mais.

PD: O seu trabalhoconsiste em abordagens diferenciadas. Pode elaborar seu processo? E porque tem a necessidade de trabalhar desta forma?
EA: A minha actividade abrange as artes visuais e a arte da conversa. A curadoria dessas artes simbióticas, mas não as menos separadas, ainda estou em processo de negociação.

PD: Conte-nos sobre o seu processo e como lugares diferentes podem afetar ou influenciar seu trabalho?
EA: O ambiente em que estou influenciou meu trabalho ao escrever de forma associativa, recolho impressões que se reflectem pela forma escrita ou através de um painel. Mais então agora, pensando em mostrar o trabalho dos outros, penso em três dimensões, em termos de paisagem e local. Dito isto, a minha actividade é baseada na construção de relacionamentos com o objetivo de criar algo que da minha perspectiva seja sensível ao trabalho.

“A minha actividade é baseada na construção de relacionamentos com o objetivo de criar algo que da minha perspectiva seja sensível ao trabalho.”

 

 

PD: Usando projetos passados, presentes ou em andamento como exemplos, fala-nos mais sobre os temas que aborda, os seus interesses e como isso dá ênfase ao trabalho?
EA: Atualmente, estou a trabalhar numa série de palestras e um show, planeando futuros shows também. Levantam temas como política, advocacia artística, o lugar do indivíduo dentro do sistema.
Desenvolvimento pessoal etc. Eu também sou um leitor de estética. O processo de sentir numa ampla base é central para a procissão e os resultados. Meus interesses mais amplos são variados, podem variar de participar em comunidades a obras de ficção, de forma a desafiar meu palete artístico.

PD: Quais são as iconografias/temas que mais significado têm para si e que influenciam (direta ou indiretamente) a sua processo criativo?
EA: Não existe um tema definido, mais um conjunto de considerações, como a percepção ocular influencia diretamente o ponto de vista de outra pessoa, de forma intelectual e perspicaz.

PD: Poderia definir sua prática artística usando quatro palavras-chave descritivas?
EA: Híbrido. Ocular. Interrogativa. Política.

PD: Poderia compartilhar conosco algum pensamentos, histórias, preocupações, sugestões ou críticas sobre o estado da arte em geral, enfatizando a cena artística de Angola?
EA: A cena artística angolana é pequena, mas seu tamanho significa que há por fazer. Nestes termos não acredito em educar mais os gostos, sinto que o trabalho deve falar por si, quero uma galeria como cenário que seja realmente de proprietários Angolanos. Eu serei as habilidades para a criação se espalhar amplamente, a idade não é impedimento. Contando nossas próprias histórias, nascidas da terra. Com uma voz autêntica é disso que precisamos.

PD: Existe algo relevante que gostaria de partilhar connosco, assumindo o contexto cultural angolano?
EA: É um trabalho em evolução.

 

Obrigado por nos conceder acesso ao seu universo. Esta conversa foi conduzida por Januario Jano.